Especiação por isolamento geográfico


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Especiação por isolamento geográficoEsse mecanismo pode ser explicado simplificadamente utilizando-se como exemplo uma população que vive em determinada área geográfica em dado momento.

Suponhamos que o ambiente onde se encontra essa população sofra alterações bruscas, como modificações climáticas ou eventos geológicos (terremotos, formações de montanhas e etc.). Essas alterações podem determinar o surgimento de faixas de território em que a permanência dos indivíduos da população inicial torna-se impossível, separando essa população em duas ou mais.

Quando isso ocorre, essas faixas desfavoráveis são denominadas barreiras ecológicas ou barreiras geográficas. Quando as barreiras são muito grandes e as áreas de sobrevivência são relativamente muito pequenas, estas recebem o nome de refúgios.

As barreiras ecológicas impedem a troca de genes entre os indivíduos das populações por elas separadas, fazendo com que novas variabilidades genéticas surgidas em uma das populações não sejam transmitidas para a outra. Além disso, dificilmente as condições do ambiente nas áreas separadas pelas barreiras são exatamente as mesmas, o que determina diferentes pressões seletivas. Então, as populações assim separadas vão acumulando diferenças ao longo do tempo, podendo chegar a desenvolver mecanismos de isolamento reprodutivo. Quando isso acontece, considera-se que essas populações pertencem a espécies distintas.

Entretanto, em determinado momento a barreira ecológica pode deixar de existir, uma vez que as barreiras não são necessariamente permanentes. Dependendo do grau de diferenciação atingida durante o período de separação, podem resultar desse novo contato as seguintes alternativas:

- As diferenças desenvolvidas atingiram tal ponto que não há cruzamento entre os indivíduos das populações por causa do desenvolvimento de mecanismos de isolamento reprodutivo; assim, cada uma das populações é considerada uma espécie distinta.

- As diferenças desenvolvidas não foram suficientes para impedir o cruzamento entre os indivíduos das populações, pois não foram estabelecidos mecanismos de isolamento reprodutivo. Havendo fluxo gênico entre essas populações, elas não são consideradas espécies diferentes.

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Fonte: LOPES, Sônia; ROSSO, Sérgio. Biologia, vol. único, p. 527 e 528, Ed. Saraiva, 2009-2011.


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