Apesar de não ser a mais fatal das armas biológicas, por causar uma doença que não se transmite de pessoa para pessoa e é curável se tratada a tempo, o maior atrativo do antraz para uso como arma biológica é o fato de essa bactéria produzir esporos. Formas de resistência, os esporos dessa espécie de bactéria podem ficar dezenas ou centenas de anos no ambiente. Quando as condições ambientais tornam-se mais adequadas, a bactéria "desperta" e começa a se multiplicar. É o caso do corpo humano, um ambiente quente e úmido, totalmente propício ao desenvolvimento dessa bactéria.
A infecção pela pele é a forma mais comum de se contrair a doença. Os primeiros sintomas são úlceras cutâneas, que podem ser tratadas com medicamento. Os casos de morte por infecção cutânea são raros.
Quando o esporo é inalado e a infecção atinge o sistema respiratório, o quadro se complica. Os sintomas são tosse seca, dor no corpo e febre, assemelham-se muito aos de uma gripe, o que dificulta o diagnóstico. Quando a pessoa procura tratamento, a infecção frequentemente já se agravou, o que pode causar necrose pulmonar e morte.
No caso de contaminação por ingestão, a pessoa desenvolve sintomas semelhantes aos de uma intoxicação alimentar. Cólica, dores abdominais e diarreia, que pode se agravar e ser fatal. Essa forma de contaminação é mais rara e mais grave. O diagnóstico pode ser feito pela cultura de fezes.
Quando a doença é diagnosticada a tempo, o doente pode ser tratado com antibióticos, inclusive a penicilina. Apesar de não ser simples, quando as autoridades médicas já estão em alerta, o diagnóstico costuma não tardar. A eficácia da vacina não é 100% garantida e só age durante um determinado período. A aplicação também não é em dose única e existem efeitos colaterais, o que tem restringido seu uso à população de maior risco.
As armas biológicas mais eficazes são as que causam doenças transmitidas pelo ar, de pessoa para pessoa, como a varíola, cujo número de casos cresce em progressão geométrica e alcança uma abrangência difícil de ser contida.
A ideia de utilizar organismos vivos e elementos químicos como instrumentos bélicos não é nova. Ao que tudo indica, a criatividade, uma incrível faculdade humana, trabalha há muito tempo a serviço da maldade. Desde o século XIV, na época em que a peste bubônica eliminou quase um quarto da população européia, cadáveres humanos era catapultados para dentro de muros das cidades para causar contaminações.
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