I. Sistema de Revestimento
EPIDERME - camada mais externa do corpo primário das plantas, constitui o sistema dérmico das folhas, órgãos florais, frutos, sementes, caules e raízes, até que eles sofram considerado crescimento. Em geral, apresenta apenas uma camada de células. Em algumas plantas as células da protoderme se dividem paralelamente à superfície do órgão da planta, formando uma epiderme com várias camadas (epiderme múltipla).
Anexos da Epiderme:
a) Tricoblastos: aparecem em plantas que crescem no sol, as células epidérmicas apresentam cloroplastos com grana, com exceção dos tricoblastos, nos quais os cloroplastos se revertem.
b) Cutícula: depósito de material gorduroso ou cutina sobre a superfície da parede da célula. É impermeável a água, com função protetora é formada de cutina e cera.
c) Pelos: um pelo ou tricoma é formado pelo desenvolvimento de uma célula epidérmica. São formados em todas as partes da planta. Pode ocorrer divisão celular, transformando-se em multicelular ou permanecer unicelular. Podem ser glandulares, que possuem função secretora ou pelos de revestimento, que não possui função secretora.
d) Células silicosas: aumenta a força mecânica da bainha e da lâmina foliar. Impedem o acúmulo de outros elementos como potássio e fósforo.
e) Papilas: pequenas projeções da parede periclinal externa das células epidérmicas, com forma variada. Concentram-se na face abaxial das folhas. A função é controversa. Acredita-se que reflita a luz do sol. Nas flores são encontradas nas pétalas.
f) Estômatos: encontrados na maioria das partes aéreas, principalmente em folhas e caules jovens. Consiste de um poro circundado por duas células-guarda. Apresentam células epidérmicas adjacentes às células-guarda: células subsidiárias, formando o complexo estomático. Encontrados em plantas que vivem em alta intensidade de luz.
PERIDERME - substitui a epiderme nos caules e raízes com crescimento secundário (crescimento em diâmetro). É um tecido largo e protetor, substitui os tecidos externos dos caules e raízes que sofrem espessamento secundário. Formado pelo meristema lateral: “felogênio ou câmbio da casca”. São células meristemáticas, mas altamente vacuolizadas.
II. Sistema de Preenchimento
PARÊNQUIMA - forma o tecido fundamental ou de preenchimento das plantas e são encontrados em raízes, no mesófilo das folhas, no endosperma da semente, na polpa de frutas ou raios medulares. Também presentes em associação com elementos condutores do xilema primário e secundário e do floema.
COLÊNQUIMA - as células apresentam protoplasto vivo e paredes celulósicas espessas. São extensíveis, com plasticidade e funcionam como tecido de suporte nos órgãos em crescimento. Podem conter cloroplastos e realizam fotossíntese. Diferem do parênquima pelas paredes espessas e pouco alongadas no plano paralelo ao eixo principal do órgão. Encontrado em caules, pecíolos, pedúnculos e pedicelos, ocupa a porção periférica nos órgãos em que aparecem.
ESCLERÊNQUIMA - o termo esclerênquima é derivado do grego “skleros”, que significa “duro” e a característica principal das células são as paredes secundárias espessadas, lignificadas. Devido a estas paredes, as células esclerenquimáticas são elementos importantes na resistência e sustentação nas regiões da planta que cessaram o alongamento.
III. Sistema Condutor
XILEMA - principal tecido condutor de água, envolvido na condução de minerais, substâncias de reservas e sustentação. Junto com o floema, é conhecido como tecido vascular. Esses tecidos são contínuos através de todos os órgãos das plantas vasculares, formando um verdadeiro sistema vascular. Pode ser de origem primária ou secundária.
Xilema primário é derivado do procâmbio e o xilema secundário é derivado do câmbio vascular. Os primeiros elementos do xilema primário se diferenciam e tornam-se maduros, chamam-se protoxilema, os que amadurecem mais tarde são chamados de metaxilema.
FLOEMA - tecido condutor de substâncias orgânicas das plantas, mecanismo de condução ainda contraditório. O material conduzido consiste, na maior parte, de carboidratos, açúcares constituindo aproximadamente 10-25% de exudato obtido. Além disso, podem estar presentes aminoácidos e também hormônios. Vírus e partículas de micoplasma também são carregados nos tubos crivados. Como no caso do xilema, o floema primário se diferencia à partir do procâmbio, e o floema secundário do câmbio vascular, durante os crescimentos primário e secundário, respectivamente.
Bibliografia consultada:
1. Apezzato-da-Glória, B. & S.M. Carmello-Guerreiro (eds.). 2003. Anatomia Vegetal. Editora UFV. Viçosa, MG.
2. Cutter, E.G. Anatomia Vegetal. Parte I – Células e Tecidos.2a edição. Ed. Roca.
3. Cutter, E.G. Anatomia Vegetal. Parte II – Órgãos, experimentos e interpretações.2a edição. Ed. Roca.
4. Raven, P.H., R.F. Evert, S.E.Eichhorn. 2001. Biologia Vegetal. 6a edição. Guanabara Koogan.