Um professor de ciências, seja da
física, da química ou da biologia, depara-se sempre com a questão de quem foi
Deus criador de tudo e de todos. Junto aos alunos há dúvidas de como conciliar
essas duas vertentes que até hoje mantém situações conflituosas.Pesquisas indicam que grande parte dos jovens brasileiros sabem lidar com a ciência e religião. Algumas até unem os conceitos em uma ideia modernista, de forma a aplicar o estudo da ciência a fim de descobrir a maneira pela qual Deus, o grande cientista, construiu o Universo. Outros veem de forma alegórica, aliando acontecimentos bíblicos aos fatos descritos pela ciência. Até na comunidade científica existe os que creem e os que são mais céticos.
É importante a questão de saber discutir as teorias evolucionistas respeitando as crenças. No ensino hoje as matérias são interdisciplinares, sendo relacionadas umas com a outras. Não existe o efetivo ensino religioso, mas nas matérias de história, e filosofia por exemplo, aborda-se sobre o conceito. Grandes consideráveis cientistas como Einstein, Darwin, Newton, Galilei tinham perspectiva similares em relação a fé em Deus.
Existem três maneiras de interpretar os primeiros capítulos de gênesis!
Literal: O Universo e todos os seres vivos criados separadamente, por atos independentes, miraculosos, em seis dias. Crença que predispõe as pessoas contra religião ou contra a ciência.
Modernista: Considera-se a bíblia não com SENDO a palavra de Deus, mas como CONTENDO a palavra. O estudo da história da criação é o estudo pela qual Deus criou o Universo e a vida. E finalmente a.
Alegórica: Onde acopla-se o texto bíblico a uma interpretação baseada nos achados científicos.
A interpretação alegórica trata a bíblia como linguagem figurada, onde as parábolas iniciais situam-se na história da criação, do dilúvio, e da Torre de Babel.
A história da criação: “No começo criou Deus os céus e a Terra” (Gen.1.1). Há 13 bilhões de anos, surgiu o Universo, que pode ser dividido em 7 períodos. “Pois 1000 anos, aos teus olhos, são como o dia de ontem que se foi...” (Salmo 90). “...que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia.” (2 Pedro 3:8). Para Deus não existe tempo.
No 1° período “E disse Deus: Haja luz. E houve luz.” (Ge. 1:3). Houve o Big Bang, uma grande explosão de radiação, quente, luminoso e concentrado de energia e matéria. “...e fez Deus a separação entre a luz e as trevas” (Gen. 1:4). Há 4 bilhões de anos mais tarde houve a formação do sistema solar. O planeta Terra em sua órbita, gira em seu próprio eixo, esse movimento de rotação faz a separação entre a luz (dia) e as trevas (noite).
No 2° período “...e fez a separação entre as águas que estavam debaixo da expansão e as águas que estavam sobre a expansão” (Gen. 1:7). A Terra era muito quente assim toda a água estava em forma de vapor. Conforme os anos foram se passando, a Terra foi se esfriando, até que em um momento começou a chover.
No 3° período “... E disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus em um lugar, e apareça a porção seca. E chamou à porção seca de terra, que nós chamamos de Pangeia. E ao ajuntamento de águas chamou de mares” (Gen. 1.9). A Terra continuou se esfriando, a água começou a evaporar em alguns pontos, dando formação aos grandes continentes Gondwana e Laurásia, após a divisão da Pangeia, o supercontinente. Assim houve a separação entre água e terra e a gradual formação dos atuais continentes.
Violentos raios deram origem a novos compostos em uma atmosfera pobre em oxigênio. Estes se misturaram e formaram outros compostos. Em uma dado momento uma molécula de RNA é constituída através dessa sopa de nutrientes orgânicos, com a propriedade de auto-reprodução e catálise. Deu-se origem ao DNA. Mutações e seleção natural passam a promover a evolução dos seres vivos.
“E disse Deus: Produza a terra verde” (Gen. 1:10). Há 3 milhões de anos surgiram as primeiras bactérias, as primeiras algas verdes. Samambaias foram formadas. “...ervas que deem sementes...” (Gen. 1:2). Evoluíram constantemente até chegar à condição de plantas que dão sementes, o Pinheiro do Paraná, Cedro do Líbano. “Árvore frutífera que dê fruto...” (Gen. 1:2), a jabuticaba, jaca, cupuaçu, banana, goiaba, pequi, laranja, caju etc.
No 4 ° período “E disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus... Para iluminar a Terra... Para governar o dia... E a noite.” (Gen. 1:14-18). O céu era nublado, mas de tanto chover, apareceram os buracos de céu azul, os raios do Sol, as estrelas, o clarão da Lua, e dos planetas.
No 5° período “E disse Deus: Produzam as águas abundantemente” (Gen. 1:20). E na água houve a evolução dos microorganismos que deu origem as algas, os fungos, os líquens e plantas, vermes, anfioxos, peixes. “...répteis...” (Gen. 1:20), pterodáctylos, jacarés, cágados, tartarugas, jabutis, cobras. “...e toda ave de asa...” (Gen. 1:21), Archaeopterix, Archaeornis, papagaios, araras etc.
No 6° período “E disse Deus: Produza a terra... as bestas feras da terra...” (Gen. 1:24-25). Assim os répteis, as aves, e os mamíferos. “E disse Deus: faça o homem...” (Gen. 1:26)
No 7° período “Meu pai trabalha até agora.” (João 5:16-18). A evolução é contínua, a explosão continua. Somos um Universo em contínua expansão para o infinito.
“Não há oposição entre Ciência e Religião. Apenas há cientista atrasados, que professam ideias que datam de 1880.” (Albert Einstein)
Fontes:
KERR, Warwick Estevam. Revista Genética na escola. Criação
do Universo, evolução dos seres vivos, e o pensamento religioso. Disponível em:
<http://geneticanaescola.com.br/vol-i2-artigo-13/>.
Acesso em: 20 de jan. de 2014.
ESCOBAR, Herton. Jovens brasileiros conciliam bem ciência e
religião. Disponível em <http://www.estadao.com.br/noticias/vidae%2cjovens-brasileiros-conciliam-bem-ciencia-e-religiao%2c866620%2c0.htm>.
Acesso em: 20 de jan. de 2014.
