Melhor uso de recursos naturais renderia US$2 tri para economia


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Melhor uso de recursos naturais renderia US$2 tri para economia
Escassez de água, poluição do ar e do solo, desmatamento, perda de biodiversidade, desertificação, bilhões de toneladas de resíduos descartados todos os anos. A lista crescente de problemas ambientais tem um denominador comum: o nosso padrão insustentável de produção e consumo.

É como se as gerações do presente estivessem escrevendo a fórmula para o caos na Terra daqui a algumas décadas. Não precisa ser assim. Tudo depende de como extraímos, usamos e descartamos os recursos naturais que o Planeta generoso nos oferta.

Um uso mais inteligente e eficiente, além de reduzir a pressão ambiental, pode trazer benefícios econômicos anuais da ordem de US$ 2 trilhões, superior ao PIB da Itália, revelam dados de um novo relatório produzido pelo Painel de Recursos Internacional, um grupo de especialistas em meio ambiente da ONU.

Segundo o estudo, com esse ganho econômico, o mundo poderia compensar os custos de implementação de medidas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas. A eficiência reduziria o uso de recursos globais em cerca de 28% em 2050 em comparação com as tendências atuais

Uma conta que não para de crescer

Ao longo dos últimos 50 anos, os seres humanos vêm alterando os ecossistemas em um ritmo mais acelerado e intenso do que em qualquer outro período da história humana.

Tendo em vista que a população global deverá crescer 28% até meados do século, a conta ecológica vai aumentar sobremaneira — estimativas apontam que 71% mais recursos per capita serão necessário até 2050.

Ações urgentes

Sem ações urgentes para aumentar a eficiência, a utilização global de metais, biomassa, minerais, areia e outros materiais aumentará de 85 para 186 bilhões de toneladas por ano até 2050, o que soma ainda mais para a dívida ecológica.

O relatório “Eficiência de Recursos: Implicações Potenciais e Econômicas”, lançado nesta semana na reunião do G20 em Berlim destaca que a utilização mais sustentável dos materiais e da energia não só cobriria o custos para manter o aquecimento da Terra abaixo de 2 graus Celsius, evitando os piores efeitos das mudanças climáticas, mas poderia contribuir para o crescimento econômico e a criação de emprego.

Por exemplo, entre 2005 e 2010, um programa britânico reciclou e reutilizou sete milhões de toneladas de lixo destinados ao aterro sanitário. Esse movimento evitou a emissão de seis milhões de toneladas de dióxido de carbono e poupou perto de 10 milhões de toneladas de materiais virgens e mais de 10 milhões de toneladas de água.

Também aumentou as vendas dos negócios em US$ 217 milhões, reduziu os custos empresariais em US$ 192 milhões e criou 8.700 postos de trabalho.

“Este é um ambiente ganha-ganha”, disse Erik Solheim, Chefe de Ambiente da ONU. “Usando melhor os recursos do planeta, vamos injetar mais dinheiro na economia para criar empregos e melhorar os meios de subsistência. E, ao mesmo tempo, criaremos os fundos necessários para financiar uma ação climática ambiciosa”.

Além de benefícios econômicos, a análise também mostra que a eficiência reduziria o uso de recursos globais em cerca de 28% em 2050 em comparação com as tendências atuais.

O relatório constatou, ainda, que os ganhos econômicos da eficiência dos recursos serão distribuídos de forma desigual. A extração mais lenta de recursos poderia reduzir as receitas e afetar os empregos em alguns setores, como mineração e pedreiras.

Mas mesmo com essas considerações, os países ganharão mais com a mudança de políticas para facilitar a transição para práticas mais eficientes do que por continuar a apoiar atividades predatórias.


Fonte: http://www.ecodesenvolvimento.org/posts/2017/posts/melhor-uso-de-recursos-naturais-renderia-us-2-tri#ixzz4d6spZuKO


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