Como o camelo e o rato-canguru conseguem viver com pouca água?


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CameloO camelo possui várias adaptações que lhe permitem ficar por uma semana ou mais sem beber água (nas épocas menos quentes, ele aguenta até seis meses). Além de reduzir bastante a quantidade de urina eliminada, o animal apresenta uma tolerância à perda de água maior do que os outros mamíferos, chegando a perder até cerca de 30% do peso de seu corpo (essa perda levaria os outros mamíferos à morte por desidratação).

À medida que a hidratação do animal diminui, interrompe-se a transpiração corporal, o que permite economizar ainda mais água. Em consequência, a temperatura do camelo sobe ao longo do dia, podendo chegar a 41 °C, o que é tolerado por seu organismo. À noite, quando a temperatura do deserto cai, o camelo perde rapidamente o calor absorvido (suas longas pernas aumentam a área relativa do corpo, o que ajuda na perda de calor). Além disso, diminui a velocidade de oxidação de alimento no organismo do animal, e, consequentemente, é menor a produção de calor.

Depois de muito tempo sem beber água, o camelo precisa se reidratar, e faz isso rapidamente: em apenas 10 minutos, ele bebe o equivalente a 480 copos de água. Essa água, porém, não é armazenada na dupla corcova, como alguns pensam, mas distribui-se pelo sangue e pelos outros tecidos do corpo, repondo o que foi perdido pelo organismo. As corcovas armazenam gordura, usada como fonte de energia e como cobertura protetora, pois retém o calor do sol, dificultando sua passagem para os órgãos internos.


Rato-canguruOutro animal do deserto, o rato-canguru, consegue sobreviver sem beber nenhuma água. Parte da água de que o animal necessita é retirada das sementes, outra parte vem da oxidação de carboidratos, gorduras e outros nutrientes. Durante o dia, permanece na toca, saindo apenas ao anoitecer, quando a temperatura do ambiente está mais baixa. Seus rins produzem uma urina extremamente concentrada e suas fezes têm volume mínimo de água.



Fonte: Linhares, S.; Gewandsznajder, F. Biologia Hoje, volume 3, p. 307, Ed. Ática, 2012-2014.

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