A Verdade Sobre os Morcegos - Vampirismo


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A Verdade Sobre os Morcegos - VampirismoDando continuidade ao assunto dos morcegos, iremos tratar desta vez sobre o Vampirismo para tentarmos compreender as razões pelas quais pode ter surgido a lenda de que todos os Chiroptera eram vistos como vampiros.

Segundo a lenda, a terra dos vampiros, acredita-se ter sido onde hoje é a atual Europa Oriental, em regiões da Alemanha Oriental, Tchecoslováquia, Hungria, Romênia, Bulgária, Iugoslávia, Albânia, parte européia da antiga URSS, Grécia e a Turquia (Porter, 1992; Richardson, 2008).

Dessas regiões surgiram histórias sobre o Empalador, Vlad III ou como também foi conhecido, Vlad Drácula, um líder de política independente em relação ao Império Otomano. Posteriormente, tais relatos começaram a se espalhar por todo o mundo. Na Turquia, Vlad III é conhecido como Kazıklı Bey, ou o Príncipe Empalador. Na Romênia o Conde Vlad é lembrado como um cavaleiro cristão que lutou contra o expansionismo islâmico na Europa, sendo um herói popular tanto neste local, como na República da Moldávia ainda hoje (Porter, 1992).

Longe desses lugares é conhecido por contos que exageram suas atrocidades contra seus inimigos, sendo que muitos dos atos que lhe são atribuídos são de veracidade duvidosa. Alguns afirmam que essas lendas teriam influenciado o escritor Bram Stoker a criar seu famoso personagem no romance “O Conde Drácula(Porter, 1992). Segundo essas estórias, Vlad tinha por costume empalar seus inimigos, atravessando-os com uma estaca de madeira. O número de mortos chegaria às dezenas de milhares. Por causa disso, Vlad III ganhou ainda outro nome: Vlad Tepes (Tsepesh), "O Empalador" (Porter, 1992).

Outra lenda a seu respeito teria surgido depois da invasão da Valáquia pela Hungria, em 1447. Nessa ocasião, Vlad II e seu filho mais velho, Mircea, foram assassinados. Em 1456, Vlad Tepes retornou à região e retomou o controle das terras, assumindo novamente o trono de Valáquia. Esse retorno tardio de Vlad III teria confundido os moradores da região, que pensaram se tratar de seu ancestral, Vlad II, o qual teria retornado anos depois de sua morte. Isso teria ajudado a criar a lenda de sua imortalidade (Porter, 1992).

Os quirópteros tornaram-se símbolo do vampirismo, pois existem relatos na Romênia antiga de que os moradores caçavam um ser com asas membranosas e que se alimentava de sangue dos animais da região, porém na região não existem morcegos hematófagos (Porter, 1992).

No folclore da tribo Africana, Arawak, os morcegos eram considerados criaturas gigantes que sugavam o sangue de suas vítimas até a morte. Ainda na África, os morcegos eram associados aos sentimentos ruins dos seres humanos por apresentarem hábito noturno (Hill & Smith, 1988; Fenton, 1992).

Finalmente, o cinema imortalizou a simbologia do vampirismo com o lendário Conde Drácula, o qual se transformaria em morcego para não ser percebido ao se alimentar do sangue de sua vítima (Pringler, 1982; Porter, 1992).

Referências

Fenton, M.B.1992 BatsNew York, 207.

Hill, J.E., Smith, J.D., 1988 Bats: A natural HistoryLondonBritish Museum (Natural History), 243

Porter. R. The Historical Dracula. Disponível em: < The Historical Dracula - An Essay by Ray Porter (c)1992.mht>; Acesso em : 16 agosto 2008.

Pringler, L.P. 1982; Vampire Bats, Morrow Eagle Library, New York, (1-62).

Richardson, B. The Vampire in Myth and History; Disponível em  <VAMPIRES IN MYTH AND HISTORY.mht>, Acesso em : 30 agosto 2008


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