Histoplasmose Africana (Histoplasma duboisii)


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Histoplasmose Africana (Histoplasma duboisii)

Taxonomia:

Reino: Fungi
Filo: Ascomycota
Classe: Eurotiomycetes
Ordem: Onygenales
Família: Ajellomycetaceae
Gênero: Histoplasma
Espécie: H. duboisii

Características Gerais:

Histoplasmose africano é uma infecção sistêmica causada pelo fungo Histoplasma capsulatum var. duboisii. É uma micose que, ao contrário da histoplasmose de Darling, tem suas características marcantes nos planos cutâneos, ósteo-articular e ganglionar, bem como uma particular distribuição geográfica no continente africano.

A variedade de Histoplasma capsulatum duboisii foi descrita pela primeira vez em 1952 (por Vanbreuseghem) nomeado em 1960 (por Ciferri) e totalmente descrito como uma doença clínica em 1964 (por Cockshott e Lucas). Foi obtido a partir do solo misturado com guano do bastão, bem como o intestino de morcegos em 1991 (Gugnani et ai.). Ele foi identificado em duas espécies de babuínos de Guiné e Senegal.

Patogênese:

H. capsulatum var. duboisii podem permanecer viáveis ​​por muitos anos dentro dos tecidos sem evidência clínica de doença. A infecção é transmitida por inalação e afeta todos os grupos etários, mas sobretudo pessoas em sua segunda década. Não há predominância racial ou de gênero significativa. Histologicamente, o fungo é tanto extra e intracelular, mas tende a acumular-se dentro de grandes macrófagos, que pode conter até 30 células de fungos. O fungo também pode estar livre dentro dos tecidos.

Histoplasmose africana surge muitas vezes em pacientes que já sofrem de tuberculose, esquistossomose, a desnutrição, a leishmaniose, ou AIDS. Não se conhece o modo de infecção. Presume-se que a histoplasmose africana seja adquirida pela inalação dos conídios do fungo em suspensão no ar (Ajello, 1983). Uma vez instalada, a infecção desenvolve lesões granulomatosas ou supurativas, ou os dois tipos. As lesões são geralmente encontradas na pele, tecido subcutâneo, ossos, articulações; mais raramente, atingem as vísceras. A raridade das lesões pulmonares é um importante caráter distintivo para separá-la da histoplasmose de Darling. O sistema nervoso central é atingido, indiretamente, por compressão de vértebras comprometidas. Pacientes com lesões disseminadas podem apresentar febre, tremores, anemia e perda de peso. A infecção responde ao tratamento com o uso da anfotericina B.

Epidemiologia:

Histoplasma capsulatum var. duboisii ocorre, com muito poucas excepções, apenas no continente Africano entre os trópicos de Câncer e Capricórnio. Poucos casos de histoplasmose duboisii foram identificadas em Madagascar e casos isolados têm sido reconhecidas na Arábia, partes da Ásia e Japão. Deve-se ressaltar que esses casos fora da África são excepcionais. Suspeita-se que há casos clinicamente silenciosas noutro local, mas este não é conhecido com certeza, porque não há nenhum teste específico da pele. Não há dúvida de que histoplasmose africana é mais comum na África Ocidental e Central, em particular Nigéria, Senegal, República Democrática do Congo (ex-Zaire), e Angola.

Diagnósticos:

O diâmetro do Histoplasma duboisii pode atingir até 13 μm, de modo que, ao contrário do H. capsulatum, pode ser determinado pelo exame direto nos exsudatos das lesões. Mas o exame histopatológico mostra melhor o parasito com 10-13 μm de diâmetro, paredes espessas, gemulante, vendo nítido septo separando célula-mãe da célula-filha. Localiza-se no interior de histiócitos que aumentam muito de volume, rompem-se, dando origem a grandes aglomerados de parasitos. A inoculação pode ser feita em animais sensíveis, tais como: cobaia, hamster, camundongos, ratos brancos, coelho. A imunologia dá resultados contraditórios.

Tratamento:

O prognóstico das infecções tratadas é bom. As lesões sistêmicas não tratadas podem ser mortais. Lesões cutâneas limitadas podem curar cirurgicamente. Francisco Sobral trata seus casos com anfotericina B, em dose habitual de 1 mg/kg, por dia, no máximo 50 mg diários, durante 35 dias. Aconselha-se a adição de dexametozona, dose de 1 a 2 mg por 100 mL de líquido de perfusão, para diminuir as reações desagradáveis da anfotericina B. As lesões cutâneas cicatrizam-se após 30 dias de tratamento. As adenites e as lesões ósseas involuem mais lentamente. O tratamento pode ser continuado com sulfametoxipiridazina, 0,5 g por dia, ou sulfadiazina, 2 g diárias.


Referências bibliográficas:

http://wwwnc.cdc.gov/eid/article/13/11/pdfs/07-0665.pdf
http://www.isradiology.org/tropical_deseases/tmcr/chapter6/clinical29.htm
http://atlasmicologia.blogspot.com.br/2012/10/histoplasma.html
http://www.histopathology-india.net/histoplasmosis_duboisii.htm
http://www.infoescola.com/doencas/histoplasmose/

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